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Biomec�nica do arremesso de jump no basquetebol Biomechanics of the basketball jump shoot |
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Universidade Federal do Paran� (UFPR) - Curitiba - Paran�. Departamento de Educa��o F�sica (DEF). Centro de Estudos do Comportamento Motor (CECOM). (Brasil) |
Victor Hugo Alves Okazaki Andr� Luiz F�lix Rodacki F�bio Heitor Alves Okazaki [email protected] |
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https://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 105 - Febrero de 2007 |
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Introdu��o
O arremesso � o fundamento mais importante no basquetebol (BUTTON et al., 2003; MANOLE et al., 2002; ELLIOTT, 1992). Dentre as t�cnicas de arremesso, o jump tem demonstrado ser a t�cnica de arremesso mais eficiente (OKAZAKI et al., 2005; OKAZAKI et al., 2004; COLEMAN & RAY, 1976) e utilizada, independente da fun��o que o jogador desempenha (ELLIOTT, 1992; OKAZAKI et al., 2004). Por esta raz�o, o arremesso de jump tem sido amplamente estudado atrav�s de observa��es qualitativas, modelos matem�ticos de dedu��o e evid�ncias experimentais (KNUDSON, 1993; HUDSON, 1985).
Alguns estudos procuraram verificar as altera��es na performance do arremesso de jump em fun��o do aumento da dist�ncia em rela��o � cesta (LIU & BURTTON, 1999; MILLER & BARTLETT, 1996; WALTERS et al., 1990; ELLIOTT & WHITE, 1989), da presen�a de um marcador durante a realiza��o do arremesso (ROJAS et al., 2000), de diferentes posi��es do corpo na hora do lan�amento (RIPPOL et al., 1986), da influ�ncia do campo visual em diferentes instantes do arremesso (OUDEJANS et al., 2002), etc. Entretanto, como as articula��es dos segmentos se movem em uma forma coordenada para estabelecer os par�metros de lan�amento ainda n�o est�o claros (BUTTON et al., 2003; KNUDSON, 1993). O entendimento da coordena��o do arremesso de jump pode auxiliar no processo ensino-aprendizado fornecendo subs�dios para um treinamento mais especializado.
O objetivo do estudo foi descrever as seq��ncias de a��o dos segmentos e identificar fases que caracterizem a coordena��o do arremesso de jump no basquetebol.
MetodologiaAmostra
A amostra foi constitu�da por 10 atletas de basquetebol (idade 23,4 � 5,1 anos; estatura 1,9 � 0,1 m; peso 85,1 � 14,9 kg; experi�ncia 10,8 � 4,6 anos) pertencente � categoria adulto-masculino (Sele��o Paranaense Universit�ria de 2003). Foram selecionados atletas que n�o reportaram nenhum tipo de les�o ou incapacidade que pudesse interferir no andamento da pesquisa. Antes do in�cio da avalia��o, todos os participantes foram informados dos procedimentos de avalia��o necess�rios para o estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
Procedimentos experimentaisOs sujeitos foram convidados a participar de uma �nica sess�o experimental, onde foram submetidos a uma an�lise cinem�tica da performance do arremesso de jump no basquetebol.
An�lise cinem�ticaAntes do in�cio da filmagem, um aquecimento de 15 minutos foi realizado, composto por v�rios exerc�cios generalizados. O aquecimento n�o foi controlado e cada participante foi livre para escolher sua pr�pria rotina de exerc�cios para evitar qualquer tipo de fadiga. Posteriormente, os participantes foram demarcados por um �nico avaliador (ver modelo biomec�nico para maiores detalhes), enquanto foram informados dos procedimentos experimentais. Ap�s a demarca��o dos sujeitos, foram praticados arremessos (10-20) em uma posi��o frontal e perpendicular � cesta (di�metro do aro de 0,45m e altura do aro de 3,05m), a uma dist�ncia de 4,6m (dist�ncia de lance-livre). Tr�s movimentos selecionados foram extra�dos aleatoriamente a partir de um conjunto de dez arremessos bem sucedidos (arremessos em que a bola passou atrav�s do aro sem tocar antes a tabela) que foram filmados. A m�dia de tr�s arremessos filmados foi agrupada para representar o padr�o de movimento de cada sujeito.
O in�cio do movimento de arremesso foi determinado 10 quadros (frames) antes do instante em que o sujeito inicia a eleva��o da bola (a partir de uma flex�o de ombro ou cotovelo). O final do movimento foi determinado no instante de lan�amento da bola (quadro em que a bola n�o est� mais em contato com a m�o do atleta).
A coordena��o do arremesso foi analisada a partir dos movimentos relativos �s articula��es do ombro, do cotovelo e do punho. Os movimentos destas articula��es foram quantificados atrav�s de uma an�lise cinem�tica conduzida a partir de filmagem. Para tal, foi utilizada uma filmadora (Panasonic - Palmcorder-VHS de 60 Hz - Shutter Speed de 1/250) foi posicionada perpendicularmente ao plano de movimento com o centro focal direcionado sobre a articula��o do ombro. A filmadora foi posicionada do lado direito dos sujeitos, a uma dist�ncia de 8 metros do plano de movimento. A escolha do lado direito se deve ao fato dos sujeitos selecionados serem destros.
Como o arremesso � predominantemente desempenhado em um �nico plano, uma an�lise em 2 dimens�es tem sido considerada adequada (OKAZAKI & RODACKI, 2005; BUTTON et al., 2003; RIPPOL et al., 1986). Para uma melhor visualiza��o do movimento, uma cortina de cor preta foi colocada ao lado esquerdo do arremessador. Desta forma, foi proporcionado um plano de fundo contrastante aos marcadores (cor branca) utilizados no modelo biomec�nico, facilitando o processo de digitaliza��o dos dados. A representa��o esquem�tica do local de filmagem encontra-se expressa na figura 1.
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Modelo biomec�nicoPara a determina��o dos movimentos, uma s�rie de marcas (15mm de di�metro) foi aderida � pele sobre os seguintes pontos anat�micos: (1) quadril - crista il�aca; (2) ombro - centro articular ombro (3-5 cm abaixo do acr�mio); (3) cotovelo - epic�ndilo lateral do �mero; (4) punho - processo estil�ide da �lna; e (5) eixo articular da quinta falange - quinto metacarpo-falangeano. Este conjunto de pontos anat�micos foi utilizado para definir os segmentos do tronco (1-2), bra�o (2-3), ante-bra�o (3-4) e m�o (4-5). A jun��o formada por dois segmentos adjacentes forneceu os �ngulos articulares do modelo biomec�nico de cinco pontos e quatro segmentos proposto: articula��o do ombro (tronco+bra�o), cotovelo (bra�o+antebra�o) e punho (antebra�o+m�o) (Figura 2).
Como a velocidade e o �ngulo de proje��o da bola n�o deriva significativamente das orienta��es dos membros inferiores (ELLIOTT & WHITE, 1989; RIPPOL et al., 1986), ou do bra�o que n�o realiza o lan�amento (ROJAS et al., 2000; KNUDSON, 1993; HUDSON, 1985), apenas o bra�o de a��o foi representado no modelo biomec�nico.
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As imagens foram armazenadas em fita e posteriormente transferidas para um computador atrav�s de um conversor de anal�gico-digital (Belkin - USB, F5U208, USA). As imagens foram digitalizadas manualmente por um �nico avaliador atrav�s de um software espec�fico de an�lise de movimento (Geeware Motion Analysis�) e um conjunto de vari�veis foi obtido.
Vari�veis de estudoPara determinar os padr�es de movimentos que caracterizem as fases do arremesso, o comportamento do deslocamento e velocidade angulares das articula��es do ombro, cotovelo e punho, foi analisado.
An�lise estat�sticaOs dados foram analisados a partir de estat�stica descritiva de m�dias e desvios-padr�o. Os testes de Kolmogorov-Smirnov e Bartlett foram utilizados para analisar a normalidade e a homocedasticidade dos dados, respectivamente. Para atenuar o ru�do incluso nas an�lises cinem�ticas, devido ao processo de coleta e digitaliza��o dos dados (OKAZAKI et al., 2004; WOOD, 1982), foi aplicado um filtro recursivo do tipo Buterworth de 2� ordem com uma freq��ncia de corte de 10Hz (OKAZAKI & RODACKI, 2005; ELLIOTT, 1992). Para reduzir a variabilidade intra e inter sujeitos, os dados foram normalizados em fun��o do tempo ciclo do arremesso, ou seja, os movimentos foram expressos em valores percentuais. Este procedimento foi realizado por meio de uma fun��o spline, calculado atrav�s do software Biomechanics Toolbox (RODACKI & FOWLER, 2001). As an�lises estat�sticas foram realizadas atrav�s do software STATISTICA�(STATSOFT Inc., vers�o 6.0). O n�vel de signific�ncia adotado foi de p<0,05.
ResultadosO arremesso de jump dura em torno de 0,86 segundos, sendo a maior parte do tempo respons�vel pela prepara��o do lan�amento (0,52 segundos) e a menor parte do tempo pelo lan�amento (0,34 segundos). O deslocamento e velocidade angulares do arremesso encontram-se expressos na figura 2.
A articula��o do ombro realiza uma flex�o durante todo o arremesso, apresentando uma amplitude de 113,0�. Sua velocidade angular pode alcan�ar valores superiores a 1000�/seg. Tr�s padr�es de comportamento podem ser diferenciados a partir do deslocamento angular do ombro: instante de flex�o gradativa (1%-64%), estabilidade com pouca altera��o no deslocamento angular (64%-88%) e de flex�o mais acentuada (88%- 100%).
A articula��o do cotovelo apresentou uma amplitude angular de 80,4� e velocidades angulares que podem ultrapassar 2000�/seg. Esta articula��o realiza um movimento de flex�o e, posteriormente, de extens�o. Entretanto, tr�s padr�es podem ser diferenciados em fun��o do comportamento do deslocamento angular do cotovelo: flex�o gradativa (1%-48%), estabilidade com pouca altera��o no deslocamento angular (48%-82%) e extens�o para o lan�amento (82%-100%) .
A articula��o do punho realiza uma extens�o e posteriormente uma flex�o. A velocidade angular do punho, assim como a do cotovelo, pode ultrapassar 2000�/seg. Tr�s padr�es s�o evidenciados no comportamento do deslocamento angular do punho: estabilidade com pouca altera��o no deslocamento angular (1%-40%), extens�o gradativa (40%-82%) e flex�o acentuada (82%-100%).
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Discuss�oCinco fases foram propostas com base no padr�o do deslocamento e velocidade angular das articula��es do ombro, cotovelo e punho, na performance do arremesso de jump no basquetebol (Quadro 1 e Figura 4).
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Fase de prepara��o (posi��o inicial)A fase de Prepara��o constitui a posi��o inicial para o lan�amento da bola. O cotovelo e punho encontram-se semiflexionados (134,3� e 191,9�, respectivamente). A bola � segura pr�xima ao corpo com as duas m�os, tendo os dedos afastados (COLEMAN & RAY, 1976). O joelho e quadril tamb�m apresentam uma pequena flex�o, al�m de uma inclina��o de tronco (MILLER & BARTLETT, 1996, 1993). Os p�s s�o afastados na linha dos ombros, com peso do corpo igualmente dividido entre eles (ALMEIDA, 1998). Pode-se utilizar a estrat�gia do posicionamento do p�, correspondente ao lado do bra�o de a��o, � frente, o que auxilia numa maior estabilidade para o arremessador (ELLIOTT, 1992; MARQUES, 1980). Esta posi��o do p� a frente elimina a necessidade na rota��o do ombro, do tronco e da pelve durante a fase de propuls�o no salto (KNUDSON, 1993; ELLIOTT, 1992, HUDSON, 1985).
Fase de eleva��o da bolaIn�cio do movimento dos membros superiores com a flex�o de ombro e cotovelo. Nesta fase a bola � elevada para ser lan�ada. O cotovelo � a primeira articula��o a ser desacelerada (28%), sendo seguida pela desacelera��o da flex�o do ombro (41%). O punho permanece inicialmente com pouca varia��o no deslocamento angular, posteriormente, inicia uma extens�o para o posicionamento da bola (38%). A bola deve permanecer pr�xima ao corpo para manter a estabilidade e reduzir o deslocamento horizontal do corpo (ROJAS et al., 2000). � realizado um alinhamento do ombro, do cotovelo, do punho e dos olhos para melhorar a precis�o atrav�s da rota��o do ombro no plano horizontal entre 29� e 55� (MILLER & BARTLETT, 1993). Apesar da fase de eleva��o da bola ter seu t�rmino com o instante em que o cotovelo para de realizar uma flex�o, o ombro, ainda em flex�o, continua a elevar a bola at� que atinja aproximadamente 110�. Durante a eleva��o da bola o cotovelo deve estar posicionado abaixo desta, em dire��o � cesta (ROJAS et al., 2000; ELLIOTT, 1992; COLEMAN & RAY, 1976; DAIUTO, 1971).
Fase de estabilidadeO cotovelo termina sua flex�o desacelerando o movimento (65%) e inicia uma acelera��o com movimento de extens�o para o lan�amento da bola. Este per�odo caracterizado por uma pequena varia��o no deslocamento angular do cotovelo (52%-79%), constitui a fase de estabilidade do arremesso. Alguns jogadores podem apresentar uma fase de estabilidade mais reduzida ou ausente para maior proveito da energia de um pr�-estiramento da musculatura extensora do cotovelo (BUTTON et al., 2003). O ombro est� realizando uma desacelera��o que ocorre at� o final desta fase. Esta articula��o tamb�m apresenta um pequeno per�odo de estabilidade, entretanto, este ocorre ap�s a fase de estabilidade do cotovelo (65%). O punho, ainda em movimento de extens�o, est� em acelera��o no in�cio desta fase (at� 56%) e, posteriormente, come�a a desacelerar seu movimento at� a pr�xima fase do arremesso (82%). Para que o punho seja totalmente estendido antes da sa�da da bola, uma aplica��o de press�o das m�os ao segurar a bola pode ser realizada (COLEMAN & RAY, 1976).
Fase de lan�amentoA fase de lan�amento � iniciada pela extens�o do cotovelo e/ou flex�o do punho, sendo seu final determinado com a perda de contato da m�o com a bola (lan�amento). O ombro na fase de lan�amento est� iniciando sua acelera��o para o lan�amento da bola (80%), ap�s sair de seu per�odo de estabilidade (88%). O cotovelo est� aumentando sua acelera��o num movimento de extens�o para o lan�amento da bola. Alguns autores apontam a extens�o do cotovelo como o ponto mais importante no lan�amento, inferindo um maior impulso impelido � bola atrav�s desta articula��o (BUTTON et al., 2003; MILLER & BARTLETT, 1993). O punho inicia seu movimento de flex�o (81%) pouco ap�s o movimento de extens�o do cotovelo (80%). Daiuto (1971) aponta que esta flex�o deve acontecer com pequeno desvio lateral e, somente, ap�s a extens�o completa do cotovelo. Contudo, os dados do presente estudo demonstraram que a flex�o de punho ocorre antes do maior valor de extens�o do cotovelo sustentando a descri��o do arremesso proposta por Almeida (1998). Este autor aponta que a flex�o de punho, em dire��o � cesta, deve ocorrer antes da flex�o completa do cotovelo (ALMEIDA, 1998). O lan�amento deve ser realizado com um movimento de flex�o do punho e dos dedos, de forma que a bola realiza uma trajet�ria em forma de par�bola, com rota��o para tr�s ap�s perder o contato com os dedos (ALMEIDA, 1998; KNUDSON, 1993; COLEMAN & RAY, 1976; DAIUTO, 1971).
Fase de in�rciaA fase de in�rcia � determinada pelo instante em que a bola � lan�ada, n�o havendo mais o contato do jogador com a bola. Esta fase � caracterizada por uma continuidade na flex�o do punho (ROJAS et al., 2000) e uma restri��o do movimento de flex�o do ombro (aproximadamente 120�) e extens�o do cotovelo (aproximadamente 130�). A coordena��o e continuidade de todos os movimentos s�o simplesmente imprescind�veis no arremesso (DAIUTO, 1971). O arremesso � terminado com o cotovelo estendido e com a m�o paralela ao ch�o com os dedos apontados para a cesta (COLEMAN & RAY, 1976).
Diferentes valores s�o encontrados na literatura quanto aos deslocamentos angulares no instante do lan�amento. Coleman e Ray (1976) apontam que o �ngulo do ombro deve variar entre 135� e 180�, n�o excedendo estes valores. Todavia, alguns estudos demonstraram que os valores de deslocamento angular no instante do lan�amento podem variar de 113� (ELLIOTT & WHITE, 1989) a 148� (ELLIOTT, 1992) para a articula��o do ombro, 132� (ELLIOTT & WHITE, 1989; MILLER & BARTLETT, 1993) a 156� (ELLIOTT, 1992) para a articula��o do cotovelo e entre 179� (ELLIOTT, 1992) e 201� (ELLIOTT & WHITE, 1989) para a articula��o do punho. O presente estudo apresentou 122�, 131� e 180�, respectivamente para os �ngulos de lan�amento da articula��o do ombro, cotovelo e punho.
An�lise das rela��es entre as articula��es adjacentesA rela��o ombro-cotovelo demonstrou uma rela��o inversa at� o instante da fase de lan�amento da bola (80%), com o movimento sendo conduzido principalmente pelo ombro. Entretanto, posteriormente, o movimento possui uma rela��o direta com predomino da a��o do cotovelo no movimento. Esta an�lise das articula��es ombro-cotovelo sugere a maior participa��o do cotovelo na gera��o de impulso para lan�ar a bola. Por outro lado, a articula��o do ombro parece auxiliar o posicionamento da bola e a estabiliza��o do movimento para que a bola seja lan�ada (Figura 5).
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A rela��o cotovelo-punho demonstrou que enquanto a articula��o do cotovelo realiza sua flex�o (52%), a articula��o do punho passa da fase de estabilidade (1%-38%) para sua extens�o (39%-81%). Posteriormente (82%-100%), ambas as articula��es demonstram uma rela��o inversa para o lan�amento da bola, pois o cotovelo est� realizando uma extens�o e o punho uma flex�o. Esta a��o conjunta num movimento de extens�o de cotovelo e flex�o de punho sugere a participa��o destas duas articula��es de forma efetiva na gera��o de impulso para lan�ar a bola. Por conseguinte, a articula��o do punho n�o parece ter participa��o apenas na precis�o do arremesso como sugerido por alguns autores (MILLER & BARTLETT, 1993, 1996).
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An�lise da seq��ncia de a��o das articula��esApesar do arremesso de jump demonstrar uma seq��ncia de a��o inicial pr�ximo-distal dos movimentos respons�veis pelo lan�amento da bola. Ou seja, o ombro, articula��o mais proximal, iniciou seu movimento de flex�o primeiro (1%), posteriormente, ocorreu uma extens�o de cotovelo (60,7%), seguido por uma flex�o de punho (80,4%). N�o foi verificado o princ�pio da somat�ria das velocidades no movimento, conforme o princ�pio pr�ximo-distal (ANDERSON & SIDAWAY, 1994; PUTNAN, 1991). Pois, apesar do ombro alcan�ar a maior velocidade angular primeiro, o punho � a articula��o que atingiu seu maior valor de velocidade angular, sendo as velocidades do punho e cotovelo acontecendo num instante de tempo pr�ximo. Desta forma, o movimento de arremesso de jump se aproximou mais da descri��o de Van Gheluwe e Hebbelinck (1985) e Joris et al. (1985). Estes autores apontam que para alcan�ar as mais altas velocidades num final distal de um sistema de cadeia aberta, as velocidades angulares m�ximas dos segmentos devem ser alcan�adas simultaneamente (VAN GHELUWE & HEBBELINCK, 1985; JORIS et al., 1985). Entretanto, em arremessos que necessitam maior gera��o de impulso, como arremessos de longa dist�ncia, os jogadores podem fazer uso de um movimento com uma seq��ncia pr�ximo-distal (ELLIOTT, 1992).
Conclus�oApesar de cada arremessador ter uma qualidade individual da performance de seus arremessos, certos movimentos dos segmentos do corpo s�o comuns para todos os estilos de arremesso (SATERN, 1988). Cinco fases foram propostas atrav�s da an�lise biomec�nica do arremesso de jump. O entendimento da coordena��o do arremesso, atrav�s dos movimentos e fases que caracterizam sua performance, pode auxiliar no processo-ensino aprendizagem atrav�s de um treinamento mais otimizado.
Para futuros estudos, recomenda-se a an�lise da coordena��o do arremesso de jump em fun��o de diferentes vari�veis como: n�vel de experi�ncia dos jogadores, a dist�ncia do arremesso em rela��o � cesta, bolas com diferentes pesos e tamanhos, etc. Aconselha-se uma an�lise que compreenda tamb�m os membros inferiores, para verificar a rela��o entre estes e as outras partes do corpo.
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